22/07/09
02/07/09
CHEGOU A HORA... ADEUS
É um adeus...
Não vale a pena sofismar a hora!
É tarde nos meus olhos e nos teus...
Agora,
O remédio é partir discretamente,
Sem palavras,
Sem lágrimas,
Sem gestos.
De que servem lamentos e protestos
Contra o destino?
Cego assassino
A que nenhum poder
Limita a crueldade,
Só o pode vencer a humanidade
Da nossa lucidez desencantada.
Antes da iniquidade
Consumada,
Um poema de líquido pudor,
Um sorriso de amor,
E mais nada.
Miguel Torga
O NOSSO EU..
“Quem é esse espectador silencioso que na agitação e no bulício passa despercebido, mas diante de quem inevitavelmente nos encontramos em tempo de silêncio e de meditação? De quem a “voz” que somos forçados a ouvir, mesmo que procuremos abafá-la em ocasiões de reflexão ou de remorso? Esse espectador silencioso, todos nós o sabemos, é o nosso eu, a nossa verdadeira natureza.”
Beatriz Serpa Branco, in: Folha nº 63, Ramo “Boa-Vontade”, 1998
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